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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fragmento XXX ; Reflexões [ diário ]


A cama me espera, lugar onde todas as noites fabrico meus sonhos.
Deito, a mochila de livros no chão, fecho os olhos e tento refazer dentro de mim as
sensações do dia que quase termina.
Sou extremamente silenciosa e um pouco tímida. Piso no mundo quase descalça,
ansiando por um chão forrado de folhas, para que meus passos não deixem rastro.
'' Sempre escondida atrás de um livro.''

O dia havia começado como todos os outros. Nenhum sinal no céu dizendo:
'' Hoje a sua vida será virada de cabeça para baixo '' , nada disso.
O despertador tocou ás cinco horas em ponto, tentei afastar o sono,
me espreguicei e levantei da cama lentamente, lavei o rosto tentando me reconhecer
do outro lado do espelho, enfiei o uniforme, apanhei minha mochila e 
fui para a cozinha. A casa permanecia no seu silêncio. Todos dormiam,
virei um copo de suco e saí fechando a porta da casa com cuidado.

Andei um quarteirão até o ponto do ônibus. Não esperei nem cinco minutos,
ele me veio cheio como sempre.
Nasci quando meus pais não desejavam ter filhos. Talvez por isso,
eu tivesse construído para mim um abrigo feito de livros.
Meu quarto é meu templo. Agora o templo seria descoberto por voces:
A mesa de computador [ onde todas as noites me sento e escrevo cartas para
um amor imaginário.], A pequena cômoda cheia de livros, a cama lugar dos meus
sonhos mais simples.
Agora deitada na cama, me sinto á deriva.
Alguém que nunca vi traz uma gota do meu sangue em suas veias,
abre as portas do meu coração e se instala na minha vida.
Tento escutar dentro de mim as sensações desse dia que quase termina.
Até Breve ! 


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