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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fragmento XXIV : A Montanha [ Diário ]


'' A montanha me ensinou muitas coisas.  
Paciência, a montanha me ensinou.
E também que o tempo é como um moinho, moendo objetos, pessoas,
sonhos. Aprendi a manter o silêncio e a sentir o cheiro da terra antes da chuva.
A montanha me ensinou que a poesia é como Deus, está em tudo.
Sei acender o fogo e fazer lanches. E ficar imóvel até quase poder
ouvir o som da minha própria respiração.
Posso sentir a tristeza ou alegria do outro, como
algo sólido, visível.''

Que coisa estranha, quando pensei que todas as peças 
do jogo da minha vida estavam encaixadas para sempre,
veio um vento não se sabe de onde e desarrumou tudo que
 eu havia planejado. Um casamento sólido se desmanchou como 
uma casa de areia, todos partiram e eu fiquei, sozinha. 
Com o meu passado e o futuro : o presente era um abismo
com uma corda estendida. Felizmente havia a montanha,
Fiquei com ela e a tarefa de atravessar o abismo.

Aquele sentimento que descia a montanha tinha o poder de
curar as minhas feridas. E prometia a mim mesma voltar a amar a vida.
Sem que eu percebesse, das pessoas ao meu redor fui
retirando a minha força. Já não tinha tanta pena de mim.
Pouco a pouco fui preenchendo o abismo com 
pequenas alegrias.

'' Terminei de escrever, deixei a caneta sobre o caderno,
apaguei as luzes e fui dormir ''
Até breve !

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