Total de visualizações de página

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Como voce ama ?




'' Quando a gente ama, dá-se um jeito;
não sei como, mas dá-se um jeito.'' 

Como voce ama ?

Quanto tempo fica diante da TV por dia ?
E diante dele ?

Pensar nele exige muito do seu esforço ?
E pensar em coisas superfluas ? e nos seus planos ?
Ocupa-se em mil coisas sorrindo ?
E nele ? só tédio ?

Conversa sobre todo tipo de assunto ?
e com ele ? vergonha ?
É feliz e sorridente na rua ?
Por que tão amargo em casa ?

Suporta tudo que seus superiores lhe dizem ?
E em casa ?  Briguento, insatisfeito ?

Vai a festas, comemorações ?
E atenção á ele ? Não tem tempo ?
É atencioso e carinhoso com seus amigos ?
E com ele que diz coisas diferentes do seu interesse ?

Irrita-se com tantos acontecimentos ?
Não percebe os sinais que ele lhe transmite ?
Ocupa-se com tantas e tantas leituras ?
E não tem dois minutos diários para ouvir ele ?

Entende o que ele quer dizer
Mas distorce o sentido para melhor adaptar ao seu gosto ?
Faz o bem porque quer e ama
Ou porque se apaixonou pelo elogio ?

Gosta de ter muitos amigos
Mas corta aquele que mais lhe ama
e lhe diz a verdade.

Voce o ama mesmo ?
Em caso de dúvida, Voce saberá pela frente
sem dúvida nenhuma.

'' Você quebrou meu coração, e ainda assim eu te amo em todos os pedaços.''

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fragmento XXIII : Viagem ao desconhecido [ diário ]


Alguns objetos, misteriosamente, me acompanham
ao longo da vida, sem lógica nenhuma.
Eles acabaram se transformando em algo quase sagrado, meus
amuletos. Arrumo a mala e não posso deixá-los para trás.
São seis horas e a noite já caiu escurecendo o apartamento
onde vivi esses 6 anos. Por enquanto,
com a mala aos meus pés, estou só com meu futuro.
Do outro lado do mar, uma pessoa me espera.
Esta noite voarei ao seu encontro, enquanto ele dorme
ancorado em meu coração. Uma cidade estrangeira me espera.
Confiro meus documentos. Um passaporte com meu rosto,
meu nome. A passagem. Um passaporte e uma 
passagem para a felicidade. Não quis ninguém comigo.
Voarei só ao meu destino !

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fragmento XXX; Relicário á Clarice Lispector... [ homenagem ]




''Estamos Juntas nos mesmos sentimentos, embora ela não me veja.
Sem saber, ela me conduz tão grudada em sua pele, que
já não se distingue quem é a leitora e quem é a escritora.''

As palavras dela me enfeitiçam, me transformam. Ela faz de mim
a ouvinte de sua vida, a ouvinte de seus segredos.
Espectadora de seus sonhos, eu a vejo encher cadernos e cadernos.
Para que um dia atravessassem os séculos e chegassem ás minhas mãos.
...Ela me transformou. Sua escrita delicada e misteriosa
construiu pontes de silêncio dentro de mim.
Seu jeito de olhar a vida, os objetos, as pessoas,
foi uma revelação encantadora para mim.

Ah, se ela soubesse que andaria assim pela minha vida,
pelos meus sonhos, dentro do meu corpo,
tão longe no tempo e no espaço, mas tão
próxima aos meus segredos mais profundos.
E enquanto eu a leio, as palavras que contam a sua vida
vão fazendo um filme de imagens, cheiros e música
em minha mente.

Durante muitos anos, seus livros andava sempre
em minha bolsa, em minhas mesas.
Quando estava triste eu o abria ao acaso
e deixava ela conduzir minha alma.

''Dentro de mim, essa mulher que nunca conheci,
que morreu tão jovem, essa mulher feita de palavras
arruma a minha vida, entende os meus sonhos.
Suas memórias nunca se apagam.
As palavras não morrem...''

Dedicado á minha poetisa ; Clarice Lispector

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Fragmento XXV; A Bailarina.. sonhos de infancia [ diário ]




.... Depois de ter dançado para ele nada mais tinha graça;
todas as coisas perderam as cores, o sentido.
'' Um poema '' , ela me pede.
'' Voce não acha que minha tristeza vale um poema? ''
Tento consolá-la, mas nenhuma palavra que eu diga
consegue atingi-la. Ela quer, novamente, aquele instante mágico
em que dançou para ele.
'' Prometo escrever um poema que se chamará A Bailarina. ''
Me sento em frente ao papel em branco. Tento sentir a emoção dela,
O corpo tenso, os cabelos soltos. A sala se torna um palco de memórias,
Hoje poderei sentir cada palpitar de seu coração : Uma mulher dançando 
para um homem. Ela quer que o seu corpo seja a música mais do que a dança,
ela quer que o seu corpo seja a ponte, a ilha, o vulcão.
Ela quer para sempre esse cenário, esse espetáculo.

Enquanto tento entende-la, novamente a vejo de relance, como
uma sombra que passa: Um dia quando eu era criança, tive também
o meu espetáculo. Foi essa criança que vi um pouco antes de despertar completamente.
Ela não morreu e me habita, com suas sapatilhas esgarçadas.
Eu deveria ter uns 8 anos. Estudava balé. Ensaiávamos um espetáculo
para o final  do ano. Eu sonhava dia e noite com o instante em que entraria no palco.
No dia, desde o primeiro minuto da manhã, eu suava frio, tremia.
Finalmente chegou a hora. Arrumei minha fantasia e as sapatilhas vermelhas 
que eram o que eu mais amava no mundo. 
Tomamos um táxi, meus pais e eu.

...Chegamos, e como se eu fosse um pacote, minha mãe entregou-me 
á professora e foi com meu pai sentar-se na platéia. Do momento da dança
em sí eu não lembro, mas sim da alegria quando terminamos e todos aplaudiam.
Via meus pais como pontos iluminados ao longe.
Eles aplaudiam muito também. Depois eram tantos beijos e abraços, e eu
queria viver para sempre aí, nesse cenário, nesse dia.

Não sei, nunca soube, por que não continuei no curso de balé.
As sapatilhas ficaram amarradas no fundo da gaveta.
Talvez, minha mãe não tivesse mais tempo para me levar, ou
quem sabe não pudesse mais pagar o curso, devido ao nascimento de
meu irmão.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Fragmento XXXI ; Encontro comigo mesma [diário]


Minha casa era silenciosa. Eu brincava pelos cantos,
com minhas bonecas. Inventava para mim outras vidas,
aventuras.
Naquela época, quando o mundo era tão diferente, os adultos
não tinham tempo para as crianças : só as olhavam para ver
se estavam bem arrumadas na hora de sair.
Eu tinha grande liberdade para estar comigo mesma,
para sonhar. Ao meu redor fui tecendo muralhas de vento.
Conseguia esgueirar-me por onde queria sem ser notada.

Eu era uma criança solitária e podia perceber as menores
vibrações do vento.... E, quando me viu , teve a certeza
de que eu poderia ajudá-lo a viver outra vez.
Quando eu entrei ali na sala, com meus olhos de bichinho assustado,
ele ficou sabendo que fizera a coisa certa:
'' Eu poderia ajudá-lo a atravessar o seu deserto.''
'' Eu aceitei ser seu anjo ''

...Ele me contava histórias que pouco a pouco nos fazia rir muito,
 fazíamos os deveres juntos e conversávamos sobre todos os assuntos.
...Desde que eu era o seu anjo, a minha vida havia mudado muito.
Descobri que gostava de conversar, talvez isso fosse
uma qualidade dos anjos. Eu já não era tão invisível. Mas
todas as noites, em sonhos, cuidava das minhas assas.
Da minha fortaleza que junto á mim , ele me ajudou
a plantar e a fez florescer.
Jamais serei capaz de agradecer á ele,este presente tão grande.
Tentei dizer isso a ele e não sei se consegui, tarde demais !

" Enquanto olho pela janela, as montanhas ao longe,
o tempo sobre as árvores, penso :
Talvez cada um de nós, seres humanos, seja o anjo de alguém,
sem que misteriosamente o outro saiba. ''

Dedicado : á este maravilhoso e exemplar Homem que mudou drasticamente a minha vida !

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fragmento XXX ; Reflexões [ diário ]


A cama me espera, lugar onde todas as noites fabrico meus sonhos.
Deito, a mochila de livros no chão, fecho os olhos e tento refazer dentro de mim as
sensações do dia que quase termina.
Sou extremamente silenciosa e um pouco tímida. Piso no mundo quase descalça,
ansiando por um chão forrado de folhas, para que meus passos não deixem rastro.
'' Sempre escondida atrás de um livro.''

O dia havia começado como todos os outros. Nenhum sinal no céu dizendo:
'' Hoje a sua vida será virada de cabeça para baixo '' , nada disso.
O despertador tocou ás cinco horas em ponto, tentei afastar o sono,
me espreguicei e levantei da cama lentamente, lavei o rosto tentando me reconhecer
do outro lado do espelho, enfiei o uniforme, apanhei minha mochila e 
fui para a cozinha. A casa permanecia no seu silêncio. Todos dormiam,
virei um copo de suco e saí fechando a porta da casa com cuidado.

Andei um quarteirão até o ponto do ônibus. Não esperei nem cinco minutos,
ele me veio cheio como sempre.
Nasci quando meus pais não desejavam ter filhos. Talvez por isso,
eu tivesse construído para mim um abrigo feito de livros.
Meu quarto é meu templo. Agora o templo seria descoberto por voces:
A mesa de computador [ onde todas as noites me sento e escrevo cartas para
um amor imaginário.], A pequena cômoda cheia de livros, a cama lugar dos meus
sonhos mais simples.
Agora deitada na cama, me sinto á deriva.
Alguém que nunca vi traz uma gota do meu sangue em suas veias,
abre as portas do meu coração e se instala na minha vida.
Tento escutar dentro de mim as sensações desse dia que quase termina.
Até Breve ! 


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fragmento XXIV : A Montanha [ Diário ]


'' A montanha me ensinou muitas coisas.  
Paciência, a montanha me ensinou.
E também que o tempo é como um moinho, moendo objetos, pessoas,
sonhos. Aprendi a manter o silêncio e a sentir o cheiro da terra antes da chuva.
A montanha me ensinou que a poesia é como Deus, está em tudo.
Sei acender o fogo e fazer lanches. E ficar imóvel até quase poder
ouvir o som da minha própria respiração.
Posso sentir a tristeza ou alegria do outro, como
algo sólido, visível.''

Que coisa estranha, quando pensei que todas as peças 
do jogo da minha vida estavam encaixadas para sempre,
veio um vento não se sabe de onde e desarrumou tudo que
 eu havia planejado. Um casamento sólido se desmanchou como 
uma casa de areia, todos partiram e eu fiquei, sozinha. 
Com o meu passado e o futuro : o presente era um abismo
com uma corda estendida. Felizmente havia a montanha,
Fiquei com ela e a tarefa de atravessar o abismo.

Aquele sentimento que descia a montanha tinha o poder de
curar as minhas feridas. E prometia a mim mesma voltar a amar a vida.
Sem que eu percebesse, das pessoas ao meu redor fui
retirando a minha força. Já não tinha tanta pena de mim.
Pouco a pouco fui preenchendo o abismo com 
pequenas alegrias.

'' Terminei de escrever, deixei a caneta sobre o caderno,
apaguei as luzes e fui dormir ''
Até breve !

domingo, 14 de agosto de 2011

Fragmento XXV ; Lembranças de infância...


'' O tempo havia passado tão rápido.
No relógio descobri que o tempo é feito de mistérios.'' 

Invento para mim uma história : Um dia poderemos viajar no tempo.
Atravessarei a rua com cuidado, como quando criança.
Subirei os dois lances de escada de uma casa cinza.
Tocarei a campanhia, Minha avó tão nova ainda, com um livro na mão,
abrirá a porta. Abrirei um sorriso e a beijarei e ela me dirá:
'' Minha netinha querida, quanto tempo !
como voce cresceu. Entre ! ''
A mesa estará posta, com todos ao redor.
Todos brindarão e preencherão um pedaço do vazio que
sinto em minha vida !

sábado, 13 de agosto de 2011

Fragmento XXIII ; Caminhos do coração [ diário ]


Por trás de tudo havia uma história triste,seria ela
a minha história . Mal a lua aparecera no horizonte, ela
começa a falar. Está fugindo da verdade, não apenas de um
determinado tipo de vida, está fugindo para se salvar.

Quando ainda era criança, tinha 9 anos. Ela tivera que
aprender a se cuidar sozinha.
Então ela tinha medo, acendia todas as luzes da casa e lia.
Os livros a ajudavam a passar o tempo.
Os problemas realmente começaram quando ela
virou mulher. Fazia cenas, tinha ciúmes de
todos os seus amigos. Apanhava sempre com
o mesmo cinto, que possuía uma fivela que a
deixava muito machucada. Ela tinha de se trancar no quarto
á chave e ouvia andar pela casa como um estranho inimigo.
Muitas vezes a espancou.

Aquelas eram as cicatrizes. Até que descobriu que
para fugir bastava abrir a porta. Estava sempre aqui
na montanha, mas tinha medo.
Alguma coisa na paisagem de seu semblante se alterara, como
se a tristeza fosse uma fina poeira que pousasse sobre todas as coisas.

'' Um dia vou me apaixonar. Mas voce acha que
algum homem vai poder amar as minhas
cicatrizes ? ''

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Fragmento XXII ; Caminhos do amor...Cont [ diário ]



... Naquela tarde fomos ver o mar. 
Ele me disse : '' Faz de conta que eu sei ler as mãos. ''
Pegou a minha mão direita. e disse : '' Voce vai casar, ter filhos,
viajar muito, escrever livros, realizar muitos de seus sonhos... ''
Durante todo aquele tempo em que trocávamos tantas coisas
eu esperava. Que ele me beijasse, que me pedisse em namoro,
que ele se apaixonasse por mim. Mas ele nunca me tocou.
Talvez eu fosse feia demais, eu pensava....
Ele continuou falando : '' Voce tem medo de ser bonita, voce tem medo de amar,
não tenha medo. Aliás voce tem muitos medos, por que ? ''
Minha mão continuava na sua. Ele beijou a palma da minha
mão. Eu fechei os olhos. Ele beijou meus olhos. O mar me embrulhava,
me levava pra longe. Ele beijou o meu rosto.
E Eu não queria ir embora dali nunca, nunca mais.
Ele buscou algo no bolso. Desembrulhou um papelzinho
todo amassado, e me disse : Posso te ler um pedaço de  poema ? ''
Ele leu : '' Quem sabe quando soltarão as amarras e o barco,
como último clarão no poente, se libertará dentro da noite. ''

Como aquilo me emocionara. Mas logo me disse: 
'' Tenho que ir '' '' Fique ai mais um pouco, não me acompanhe '' 
Eu o vi atravessar a rua correndo.
Depois tomei a minha condução e me senti sozinha 
no ônibus abarrotado de gente. Um pequeno papel 
ardia dentro de minha bolsa. Antes de desaparecer 
com um poema e um beijo inesquecível.
Ele finalmente me preparara para o amor !


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fragmento XXI ; Caminhos do amor [ diário ]



... Quem nos visse de longe, tão juntos,
sempre juntos, não sei o que pensaria. Um dia 
me convidou para ir ao cinema. Por algum motivo eu
não poderia ir, mas na última hora fiquei livre e fui.
A sessão já havia começado e eu entrei. 
A escuridão era total. Consegui ver uma poltrona 
vazia e me sentei. Ao meu lado ouvi sua voz :
'' Oi, voce veio ! ''

Enquanto continuávamos a comer nossos lanches escondidos,
 a comentar nossos livros preferidos, nossas músicas.
Alguma coisa invisível estava sempre entre nós dois.
Uma barreira estranha. Como se ele estivesse me preparando
para o seu desaparecimento total.

[ Continua ]

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fragmento: Por trás das grades... part II [ diário ]


Um dia, ao passar em frente á grade da outra escola
em direção á lanchonete, um estudante me chamou :
'' Ei ! '', parei curiosa.
'' Compra um salgado na lanchonete pra mim ? ''
Passou o dinheiro pela grade.
Coxinhas , comprei duas coxinhas e uma coca-cola
e voltei correndo.
O tempo livre era sempre pouco. Ele estava esperando
na mesma posição , as duas mãos grudadas na grade.

Passou a mão pela grade,
apanhou a coxinha e comemos juntos.
Ofereci a coca-cola. Comemos em silêncio.
Quando acabamos de comer, trocamos
nossos nomes. Estudávamos na mesma série, mas
nossas matérias eram bem diferentes.

 No outro dia, quando saí para o recreio, ele já
estava lá me esperando . Corri para a lanchonete, corri de volta,
engolimos os lanches, queríamos conversar.

Ele me perguntou o que eu gostava de fazer.
gostávamos das mesmas coisas : livros, música , cinema, artes.
Passamos á nos encontrar também na hora da entrada.
Ás vezes correndo todos os riscos, matávamos a primeira aula.
Podíamos passar horas falando sobre a mesma história ou
um poema....

[ Continua ]

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Fragmento XXI : Atrás das grades [ diário ]



A escola era imensa. Passávamos por um grande pátio
e subíamos para a sala de aula por uma rampa.
Na entrada do nosso andar, havia uma inspetora,
que vigiava o uniforme das alunas. Comigo nunca havia 
problema. A minha vontade de passar despercebida era
tanta que minha saia ficava bem a baixo do joelho.
Além disso, eu me achava feia, não tinha nenhuma
vontade de exibir as pernas.
Passava por elas como se passa por um cão feroz 
e quando chegava na sala a sensação era sempre de alívio .
A minha carteira era a minha montanha .
Ali me escondia  atrás dos livros. Apesar de estar
de saco cheio da escola...

[ Continua ]

domingo, 7 de agosto de 2011

Fragmento XX : Amigas para sempre/ cont [ diário]...


Durante o tumulto da saída, eu não queria
perdê-la de vista. E se ela mudasse de idéia ?
Quando o portão da escola se fechou atrás de nós duas,
ela sorriu pra mim.
Corríamos como o mundo fosse acabar,
rindo como duas loucas. Quando chegamos ao 
ponto, mal conseguíamos respirar.

'' O que vai fazer nas férias ? '' ela me perguntou
enquanto nos acomodávamos no ônibus. Eu não sabia.
E não queria falar. Queria apenas olhar . O caminho 
do ônibus, as ruas que eu não conhecia e 
que eram as suas ruas..

Ela me contou que durante todo o ano me observara,
intrigada. Queria ser minha amiga mas não tinha coragem
de me interromper. Eu era sempre tão silenciosa e sozinha.

Chegamos. ela morava numa casa branca.
Uma casa com quintal e cachorro. Sua mãe havia saído.
Depois fomos para o seu quarto e ela abriu o armário
e tirou de dentro uma pequena caixa.
Era um violino. '' Quer que eu toque ? '' perguntou.
 Fechei os olhos e ela tocou para mim.
Percorremos juntas um caminho de pedras, rios e flores vermelhas.
'' Um dia, por acaso, quando não existiam mais ônibus
e as casas eram cada vez mais raras, ao entrar numa rua 
tive a sensação de que já havia estado ali, alguma vez,
em um tempo tão distante, quase numa 
vida passada. Lembrei-me imediatamente de duas amigas
que juraram não se perder nunca, mesmo que 
 a cidade se emaranhasse como um grande novelo ! ''

[ Dedicado á minha melhor amiga ; Um pedaço de nossa história.
Um fragmento do que construímos um dia ! ]


sábado, 6 de agosto de 2011

Fragmento XIX ; Amigas para sempre [ diário ]


Durante todo aquele ano, desejei que ela
falasse comigo. A escola era sufocante e eu sonhava com a 
sua amizade como se sonha com um sonho impossível.
Mas, um pouco tímida, não ousava me aproximar. Todos os dias,
do ponto do ônibus, eu a via do outro lado da rua. 
Nossos ônibus percorriam caminhos opostos e parecia que
nossas vidas jamais se encontrariam.

Por que eu a havia escolhido entre tantas e ela
fingia me ignorar ? Não sei lhe dizer.
Talvez porque andasse com os ombros erguidos e 
tivesse olhos verdes. Mas no último dia de aula, 
quando todos queriam correr e gritar, 
quando os tres meses de férias que vinha a nossa frente
pareciam um planeta á espera de nossa descoberta,
ela se aproximou da minha carteira suavemente.
Parou na minha frente e me perguntou:
'' voce quer almoçar hoje na minha casa ? ''
'' preciso avisar á minha mãe '' . Respondi .

Dentro de mim havia um tumulto,
Passei um ano desejando a sua amizade e agora
ela me era oferecida assim de repente!
 Hoje, finalmente tomaria  o seu ônibus,
no caminho contrário ao do meu, conheceria a sua rua,
a sua casa, a sua vida....
[ Continua ]

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Minha nossa, como eu o amo !


'' Não é da minha natureza  forçar
um relacionamento, Mas é da natureza do amor abrir caminho
á um novo amor.''

Homens !
Algumas vezes são tão idiotas !

Imagino os meios de alcançar seu coração,
Não me surpreendo mais com a facilidade com que
as lágrimas chegavam aos seus olhos.

Sempre estou com voce. Algumas vezes,
quero que não perceba especialmente
a minha presença.
[ adoro lhe provocar]

Sei que voce vai errar, todo mundo erra.
Mas voce vai começar a reconhecer
minha voz á medida que nosso relacionamento
for crescendo.

'' A solidão é uma dor insuportável,
uma dor que se derrama até mesmo sobre
as pessoas que mais gosto. ''

Dizem, que isso acontece porque
tenho medo de emoções.
E realmente eu os tenho.Não gosto da sensação
que elas produzem.
Magoei á muitos por causa de emoções e,
não consigo mais confiar nelas.

'' Perdi as cores do arco-íris,
Meu mundo se tornara opáco.
Declaro preto como a minha cor ! '

quinta-feira, 4 de agosto de 2011



''Aos poucos você percebe, o que vale a pena,
 o que se deve guardar pro resto da vida e o que nunca
 deveria ter entrado nela. ''

segunda-feira, 1 de agosto de 2011


'' Estou cansado de fazer de tudo pra agradar as pessoas, 
e ouvir elas dizendo que eu não faço nada. 
Esta na hora de fazer o que sempre quis, 
talvez assim eles vão começar a dar valor, em tudo o que eu fazia.''