...Afinal o dia passou. O táxi pára na porta de casa.
Olho pela janela, o coração apertado, garganta seca.
Tenho medo. E o vejo de costas, é magro, um pouco mais alto
do que eu, uma camisa xadrez azul e branca. Segura uma pequena
bolsa de viagem.
Meu pai termina de pagar o táxi e Bernardo se vira.
Olha para cima e me vê. Sorri e acena. E corre ao meu encontro.
...Ele fala sem parar com a sua mala aberta enquanto vai
tirando os nossos presentes.
Abro o meu pacote com as mãos tremendo : Um caderno marrom de capa dura
com letras douradas em alto-relevo : ''Meu Diário'' , e uma caneta minúscula
, roxa, com uma correntinha também dourada.
'' Eu Havia Amado o Presente, meu primeiro diário !!! ''
Ele pisca um olho para mim.
'' E eu desejo morrer !!! ''
....Durante todo aquele ano escrevi no diário
com minha letra miúda.
Todo o meu amor não correspondido eu escrevia ali,
com a canetinha roxa, como se ela fosse trazê-lo de volta pra mim !
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