Abri a janela desesperada : o céu azul, sem nuvens; agora sim,
podia respirar. Choveu a noite toda, e também em meus sonhos.
Parecia que havia sonhado em preto, branco e cinza.
Mas agora o dia era azul , poderia aproveitar ele,
como um presente, esse dia todo azul.
Ele chegaria no final da tarde, e essa espera me angustiava
Poderia experimentar todas as roupas, arrumar as gavetas, sair e
caminhar por aí ou simplesmente ler e sonhar.
'' O resto da casa não tomava conhecimento da minha ansiedade.''
Revirava o seu nome na boca, Mordia o seu nome
na frente do espelho tentava me achar bonita : Bernardo.
Ele me achará bonita?
Uma vez, quando éramos crianças, passamos umas férias juntos,
mas é uma lembrança muito vaga. Nossas mães eram amigas de infância
e apesar de viverem em cidades separadas nunca perderam o contato.
Eu chamava a mãe dele de tia. Agora ela mandava o filho, Bernardo,
para uma semana de férias em nossa casa.
Desde o momento em que minha mãe desligou o telefone e me deu a notícia,
a minha vida havia saído dos trilhos...
[ Continua .... ]
Nenhum comentário:
Postar um comentário